Migração Portuguesa

A descoberta do Brasil em 1500 envolveu diversos interesses, como a glória militar e o desejo de expandir a fé católica que tanto impulsionava as Grandes Navegações. Porém, por trás de tais novas descobertas de terra estava o longo período dedicado à pesquisas e aperfeiçoamentos científicos que foram realizados por sábios judeus ibéricos, se destacando nos conhecimentos relacionados à matemática, astronomia e geografia. Com isso, para a direção da “Escola de Sagres”, primeira academia portuguesa de navegação, foi escolhido um judeu denominado Jehuda Crescas, que tinha como missão essencial ensinar aos pilotos portugueses os fundamentos da navegação, além do uso e produção de cartas e instrumentos náuticos.
Com a chegada dos portugueses ao Brasil havia uma grande necessidade dos donatários de atrair colonos, porém como os portugueses cristãos preferiam à Índia eles recorreram ao incentivo da vinda de judeus para território brasileiro. Os judeus, por sua vez, já estavam familiarizados com a indústria do açúcar e tinham um fácil processo de adaptação, ajustando facilmente seus hábitos e línguas ao Brasil.
Ao mesmo tempo que judeus começavam uma vida nova em território brasileiro, em Portugal estavam sofrendo uma forte perseguição religiosa, assim impulsionando-os a tentarem melhores condições no Brasil. Todos esses fatos contribuíram para a formação de uma intensa e ininterrupta corrente migratória para o Brasil, onde passaram a se organizar e formar numerosos núcleos .
Mais um atrativo foi a “liberdade ao culto”, permitindo que judeus mantivessem abertamente suas práticas religiosas sendo tolerados pela sociedade, mesmo com algumas exceções de católicos radicais. Porém, por volta de 1570, o cenário judaico passou a ser conturbado, pois começaram a surgir sinais de restrição à liberdade que só tendiam a crescer, tornando difícil a vida coletiva dos judeus.