quarta-feira, 16 de junho de 2010

Introdução à Cultura



O judaísmo surgiu a partir da religião mosaica, e apesar de possuir diferentes ramificações, se concentra em algumas características básicas. A visão que a religião judaica passa para o mundo é de que Deus é o único criador ativo do universo, influenciando na vida de seus habitantes, considerando os judeus como seus aliados em um pacto eterno com Ele.

Os costumes seguidos pelos judeus variam de acordo com a sua rigorosidade para com a religião, podendo ser mais ou menos radical com relação aos seus mandamentos. Entre esses costumes estão o uso do quipá pelos homens, algumas restrições alimentares e culturais como cashrut, brit milá e peiot e até o uso do hebraico como língua litúrgica.

Nos dois últimos séculos, a comunidade judaica dividiu-se numa série de denominações, cada qual com sua visão diferente sobre o modo de se praticar a religião judaica. Apesar de tudo, existe uma certa unidade nas várias denominações. Podemos citar como exemplo as seguintes ramificações do judaísmo: ortodoxo, moderno, conservador,chassídico, conservador, reformista e reconstrucionista.

cashrut: grupo de regras com relação às restrições alimentares judaicas.

brit milá: cerimônia na qual é cortadp o prepúcio dos recém-nascidos.

peiot: cachos na laterais do cabelo dos homens judeus; não se deve cortar.

Migração Portuguesa


A descoberta do Brasil em 1500 envolveu diversos interesses, como a glória militar e o desejo de expandir a fé católica que tanto impulsionava as Grandes Navegações. Porém, por trás de tais novas descobertas de terra estava o longo período dedicado à pesquisas e aperfeiçoamentos científicos que foram realizados por sábios judeus ibéricos, se destacando nos conhecimentos relacionados à matemática, astronomia e geografia. Com isso, para a direção da “Escola de Sagres”, primeira academia portuguesa de navegação, foi escolhido um judeu denominado Jehuda Crescas, que tinha como missão essencial ensinar aos pilotos portugueses os fundamentos da navegação, além do uso e produção de cartas e instrumentos náuticos.

Com a chegada dos portugueses ao Brasil havia uma grande necessidade dos donatários de atrair colonos, porém como os portugueses cristãos preferiam à Índia eles recorreram ao incentivo da vinda de judeus para território brasileiro. Os judeus, por sua vez, já estavam familiarizados com a indústria do açúcar e tinham um fácil processo de adaptação, ajustando facilmente seus hábitos e línguas ao Brasil.

Ao mesmo tempo que judeus começavam uma vida nova em território brasileiro, em Portugal estavam sofrendo uma forte perseguição religiosa, assim impulsionando-os a tentarem melhores condições no Brasil. Todos esses fatos contribuíram para a formação de uma intensa e ininterrupta corrente migratória para o Brasil, onde passaram a se organizar e formar numerosos núcleos .

Mais um atrativo foi a “liberdade ao culto”, permitindo que judeus mantivessem abertamente suas práticas religiosas sendo tolerados pela sociedade, mesmo com algumas exceções de católicos radicais. Porém, por volta de 1570, o cenário judaico passou a ser conturbado, pois começaram a surgir sinais de restrição à liberdade que só tendiam a crescer, tornando difícil a vida coletiva dos judeus.

Migração Holandesa




Antes da vinda dos Holandeses para o Brasil, o que possibilitou seu desenvolvimento econômico, social e cultural, eles viviam, na maioria, como plantadores de açúcar ou como comerciantes e profissionais manuais que recebiam baixos salários. Poucos deles eram magnatas e donos de engenho.

Os Holandeses ocuparam o Nordeste do Brasil no dia 15 de fevereiro de 1630, quando conquistam Pernambuco, depois de várias tentativas. Com a vinda dos mesmos para o Brasil, os Judeus vindos da Holanda trouxeram muita experiência comercial e bens de consumo, além de um grande espírito de realização. Como eles falavam diversos idiomas, trabalharam como interpretes da marinha e do exército Holandês. Com isso, logo passaram a ocupar cargos comerciais e tomaram conta da economia pernambucana. Na época, até existia uma Rua em Recife homenageando-os, a Rua dos Judeus e também o Porto dos Judeus.

Com o grande crescimento da população Judaica no Brasil, que representavam a maior parte branca da população civil, muitos Judeus vinham de outras partes do estado se instalavam em Pernambuco, onde havia mais liberdade religiosa. Esta comunidade judaica de Pernambuco tinha maior número de pessoas do que a comunidade existente em Amsterdã.

Quando o governador Maurício de Nassau, um homem que dava importância as simpatias populares, deixou o governo em 1645. Um regime opressor e centralizado foi instalado impossibilitando a continua estadia dos Judeus em Pernambuco, assim iniciando sua volta para a Holanda.

O comércio e a economia decaíram muito com a ida dos Judeus, e por os Holandeses estarem guerreando com a Inglaterra, não puderam dar a ajuda necessária aos Judeus que migravam de volta para a Holanda.


Entrevista com judeu

Nossa entrevista foi feita com um judeu chamado Irsael. Ele mora no Rio de Janeiro, porém continua seguindo suas tradições.

1. Qual o país de origem da sua família?
Meus avós maternos e paternos e meu pai vieram da Polônia, mas minha mãe nasceu no Brasil.

2. Em que época ela veio para o Brasil?
1929

3. Você já chegou a morar ou visitar tal país?
Não

4. Você acha que sofre ou já sofreu preconceito devido às suas tradições aqui no Brasil?
Não, nunca sofri nenhum tipo de preconceito.

5. É possível manter as tradições de sua cultura mesmo morando em um país que não possui total influência judaica?
Quase sempre, sim

6. Quais são suas tradições rotineiras com relação ao judaísmo?
Frequento a Sinagoga, cumpro o shabat (sexta-feira a noite até sábado a noite), rezo todos os dias e respeito todos os feriados religiosos.

7. Qual a maior dificuldade encontrada por você em ser judeu no Brasil?
Seguir todos os preceitos da religião (principalmente os feriados religiosos).

Campos de concentração

"Campos de concentração" é um assunto que vem sendo discutido desde que percebemos o quão insano é prender seres humanos como nós, e inocentes em lugares como estes. Não eram apenas os judeus que eram levados para esse lugares, mas nos campos de concentração de exércitos italianos muitos também eram maltratados. "Era horrível. Muitas vezes eles não eram alimentados e tinham que comer as sobras da comida dos alemães para não morrerem de fome. Eles jogavam cascas de batatas." - disse Jane, a mulher de Públio, um italiano que passou boa parte de sua vida em um campo de concentração. Eu perguntei se lá havia a possibilidade de morrer dentro das câmaras de gás. "Não, os campos eram separados. Os Judeus sofriam muito mais." Imagine. Já era ruim para ele, para os Judeu então! "É, eles botavam todo mundo pra trabalhar mesmo."

Na época da segunda guerra mundial, os judeus e também italianos, homossexuais, americanos, pessoas com problemas mentais e muitos outros grupos foram mantidos nestes campos, só que com certeza o maior número de mortes e sofrimento vem dos judeus. Hitler, líder alemão nazista, acreditava que a sua raça, a Ariana, era superior as outras. Para que pudesse desenvolver seu país e "purificar" o mundo, as outras raças tinham que ser eliminadas.

Apesar de terem iniciado a guerra lado a lado, Mussolini e Hitler viraram inimigos no meio da guerra, e foi por isso que Publio foi para o campo. Eu perguntei como ele conseguiu sair. " Quando ele arranjou o emprego de taxista as coisas melhoraram, porque passaram a tratá-lo melhor do que antes. Então quando um de seus amigos descobriu que os americanos estavam entrando nos campos, disse que ficaria mais fácil pra ele fugir. Ele ficou, assim, escondido no mato."

Podemos mostrar assim, a crueldade com que os alemães tratavam os italianos. Imaginemos então, o tamanho do sofrimento que os judeus não passavam, já que esses foram os mais afetados. Desse modo, a maior parte da migração dos judeus no período de guerra foi devido justamente à ela, tentando fugir desse terror que ocorria a todo tempo. Muitos vinham para o Brasil, mas sua principal direção não era exata, o que era exato era o motivo de sua partida: a fuga do terror.

Relação: Judaísmo - São Paulo


Em nossa viagem à São Paulo pudemos identificar a diversidade brasileira em diversos aspectos, principalmente cultural, porém também em relação à religião que tanto influencia a população. Não tivemos a oportunidade de conhecer uma comunidade propriamente judaica, porém temos conhecimento de que os judeus se “misturam’’ na sociedade, já que suas crenças possibilitam uma maior facilidade de adaptação aos locais e aos habitantes do mesmo. Apesar de terem costumes diários e semanais muito rigorosos, isso não faz com que se sintam deslocados do resto, além da população não ter tanto preconceito aqui no Brasil.

CONCLUSÃO


Ao final do trabalho, podemos concluir que a migração judaica não ocorreu em concentração para um lugar específico no Brasil, e sim os judeus foram se estabelecendo em diversos estados de nosso território. Temos muitos desses no Sudeste e Nordeste, porém com certeza encontraremos comunidades judaicas e sinagogas também no Sul, Norte e Centro-Oeste.